Respeitável público! Vocês agora vão conhecer a história de uma bruxinha que era muito diferente das outras de sua turma de bruxinhas. Ela era risonha, carinhosa e boa, muito boa! E isso tirava do sério a professora, o bruxo-chefe e, claro, as colegas. Essa história foi escrita para ser encenada. Isso mesmo: en-ce-na-da. Quer dizer que é uma história para entrar em cena, virar espetáculo teatral. Vocês já leram um texto assim? Pois se preparem, porque, quando vocês lerem, vão sentir que são os próprios personagens no palco. Quem vocês querem ser? A Bruxinha boa, o Pedrinho, a Bruxa-instrutora, a Caolha...

O texto é dramático, também conhecido como gênero teatral, tem uma centralidade na estrutura de diálogos entre os personagens, com marcações de mudança de cenas, situações de conflitos, vivacidade dos acontecimentos em tempo real etc. Maria Clara mostra com suavidade as tensões, os impasses, os conflitos e as pressões vividas pela protagonista que destoa do resto do grupo pela sua falta de talento para fazer maldades em geral, a autora descontrói o conceito de bruxa-má ao longo da peça e nos surpreende com a bondade da bruxinha.

Maria Clara Machado (1921-2001) foi uma escritora, dramaturga e atriz brasileira, autora de famosas peças para a infância e fundadora do Teatro Tablado, uma importante escola de formação de atores (crianças, adolescentes e adultos) no Rio de Janeiro. Autora de vários livros infantis, já nas suas primeiras peças, Maria Clara alcançou grande sucesso de público e crítica e revolucionou a maneira de fazer teatro para crianças. Escreveu Pluft, o fantasminha em 1955, que lhe rendeu diversos prêmios e tornou-se uma das peças mais importantes de nossa literatura. Até hoje Maria Clara Machado é reconhecida com a autora mais importante do teatro infantil brasileiro.

O ilustrador Marcus Moraes desde criança gosta de desenhar. Foi ator em várias peças infantis do Tablado e diretor e professor de teatro. Formou-se em design pela PUC-Rio (1993) e fez mestrado em teatro na Unirio. Há vinte anos ilustra os cartazes dos espetáculos do Tablado. Também atua como diretor de artes e animação em projetos de cinema e TV, exposições e outros eventos culturais. Ilustrou os livros Pluft, o fantasminha e O cavalinho azul, de Maria Clara Machado, inspirando-se nas montagens dessas peças no Tablado.